Caso não haja um acordo com a Unimed sobre o valor dos medicamentos, 700 pacientes em tratamento de câncer deixarão de ter atendimento nos próximos três meses
As clínicas de oncologia de Campinas, Oncocamp, Oncomédica, OCC, IOC, Oncologia e Hematologia de Campinas e Instituto do Radium de Campinas, podem, em três meses, parar totalmente o atendimento aos pacientes do convênio médico da Unimed. São mais de 700 pacientes em tratamento de câncer que terão que buscar outros locais para fazer quimioterapia. “A Unimed não quer negociar e se continuar assim, terei que fechar minha clínica”, revela Juvenal Antunes de Oliveira Filho, sócio da Oncocamp.
Tudo começou quando a Unimed impôs uma tabela de valores para pagamento pelos medicamentos utilizados nos tratamentos de câncer, que são inferiores aos reais gastos das clínicas, o que impossibilita o atendimento dos pacientes.
De acordo com o advogado das clínicas, Paulo Fantoni, diante da posição da Unimed Campinas, as clínicas de oncologia, responsáveis pelo atendimento de 90% dos pacientes adultos, se negaram a assinar os novos contratos, não podendo mais realizar quimioterapia em suas dependências. O atendimento para novos pacientes está suspenso a partir de janeiro deste ano.
"Os médicos oncologistas cooperados, que trabalham nas clínicas, tentaram manter a realização dos procedimentos de quimioterapia, porém também foram proibidos de exercerem integralmente sua especialidade pela Unimed Campinas, ficando restritos ao atendimento de consultas", explica o advogado.
O que isso significa aos usuários da Unimed que necessitam de tratamento de câncer? Significa que não mais poderão ter livre escolha do oncologista da sua preferência e para quem tenham sido encaminhados. Terão que utilizar um serviço impessoal, onde serão atendidos por um médico desconhecido, para quem não foram encaminhados, perdendo seu direito adquirido quando da opção pelo plano de saúde da Unimed, o de escolher livremente o médico com quem deseja se tratar.
As clínicas estão se mobilizando e pedindo a todo aquele que necessitar de tratamento oncológico pela Unimed Campinas que faça valer os seus direitos como paciente e consumidor. “Gostaríamos que os usuários da Unimed cobrem seus direitos e também encaminhe sua queixa a Agência Nacional de Saúde, Delegacia do Conselho Regional de Medicina, ao Ministério Público e Procon, para continuar exercendo seu direito de livre-escolha”, justifica Juvenal Antunes de Oliveira Filho.
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