terça-feira, 7 de setembro de 2010

Medicamentos orais contra osteoporose podem aumentar risco de câncer de esôfago

Um grupo de drogas usadas para prevenir a perda de massa óssea em pacientes com osteoporose podem aumentar o risco do desenvolvimento de câncer de esôfago.
Essa foi a conclusão de artigo recente publicado no British Medical Journal, uma das mais respeitadas revistas médicas do mundo.
Pacientes que usaram os medicamentos (conhecidos como bisfosfonatos) por mais que cinco anos tiveram duas vezes mais chances de desenvolver câncer de esôfago do que os que nunca utilizaram.
Medicamentos da classe dos bisfosfonatos ajudam a manter a estrutura e a mineralização óssea. Eles foram associados a inflamações no esôfago, azia e náusea. O risco do desenvolvimento do câncer de esôfago é baixo, no entanto, especialmente se os pacientes não forem tabagistas. Os médicos pesquisadores informaram que não é necessário que as pessoas que estão usando os bisfosfonatos parem de utilizá-los, mas que discutam com seu médico os riscos e benefícios do seu uso.
Veja o resumo do artigo (em inglês) aqui.

CFM desiste de criar restrições para patrocínios de viagens a médicos

O Conselho Federal de Medicina (CFM) desistiu de fazer uma resolução para restringir a ida de médicos a eventos científicos com o patrocínio da indústria farmacêutica. A regulação específica do tema poderia gerar punições, entre elas até a cassação do médico que a desrespeitasse. Um eventual acordo com a indústria farmacêutica também foi protelado para mais discussões.
"Não queremos resolução proibindo. Seria difícil fiscalizar. Queremos agir na base do convencimento, da argumentação", afirmou o presidente do CFM, Roberto D’ Ávila.
No fim de junho, ao anunciar a promessa, D’ Ávida disse a um jornal que a restrição, especialmente para viagens de médicos que não vão apresentar trabalhos científicos, era um caminho sem volta. Afirmou ainda que, se não ocorresse acordo com a indústria, a medida seria feita via resolução e prometeu apresentar a proposta no dia 16 de julho.
A ideia, afirma agora o presidente do CFM, é buscar um "termo de ajustamento de conduta" com a indústria para evitar situações como a viagem patrocinada de profissionais que não apresentam trabalhos científicos nos eventos. Os médicos, no entanto, não poderão ser punidos com base nesse termo.
Segundo a reportagem do jornal O Estado de São Paulo apurou, houve forte reação de médicos, especialmente da Associação Médica Brasileira (AMB), e da indústria promotora de eventos.

Veja mais aqui.
Fonte: O Estado de São Paulo

sábado, 17 de julho de 2010

FDA questiona o uso de Bevacizumabe em pacientes com câncer de mama

 

A Agência de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, pela sigla em inglês) questionou o benefício do uso do medicamento Bevacizumabe, produzido pela Roche, no tratamento do câncer de mama.

A agência disse que a magnitude de melhora vista entre mulheres tratadas com quimioterapia em conjunto com o Bevacizumabe, comparada com as que recebem apenas quimioterapia, "não é clinicamente significativa". A agência também disse que há mais efeitos colaterais sérios entre mulheres que usam o medicamento.

O FDA divulgou as informações em seu site hoje, antes da reunião do comitê consultivo que vai discutir no assunto na próxima terça-feira. O produto foi aprovado para tratamento do tipo mais comum de câncer de mama, em 2008, para uso combinado com o quimioterápico paclitaxel, sob um mecanismo conhecido como aprovação acelerada. Esse mecanismo permite que medicamentos sejam aprovados em estudos iniciais. As empresas têm de apresentar dados novos para conseguir a aprovação completa. No Brasil o Bevacizumabe não foi aprovado pela ANVISA para o tratamento do câncer de mama.

O principal estudo que sustentou a aprovação acelerada do Bevacizumabe mostrou que o medicamento aliado ao paclitaxel elevava em cinco meses a mediana do tempo para piora do câncer. Mas o estudo não mostrou aumento estatisticamente significativo na sobrevivência gerno tempo de vida total das pacientes – o que é considerado a medida ideal de eficácia.

O Bevacizumabe, com o nome comercial Avastin, é utilizado em vários países no mundo, associado à quimioterapia, também para neoplasias de intestino, pulmão e rim.

Fonte:  MedPage Today

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Médicos vão ter restrições para viagens patrocinadas para congressos

“O CFM (Conselho Federal de Medicina) vai limitar viagens de médicos para congressos com despesas pagas pela indústria farmacêutica, informa reportagem de Cláudia Collucci, publicada nesta quarta-feira no jornal Folha de São Paulo. Estará liberado só quem der palestras ou cursos nos eventos.

O presidente do CFM, Roberto D'Ávila, afirma que a decisão é um caminho sem volta. Se não houver acordo com os laboratórios, ela virá em forma de resolução. Segundo D'Ávila, a ideia é criar regras transparentes.

Estudos mostram que, ao oferecerem favores, determinadas indústrias obtêm vantagens na prescrição de produtos. Médicos concordam em evitar abusos, mas temem prejuízos à atualização profissional.”

Fonte (apenas para assinantes UOL ou do jornal): http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd3006201001.htm

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Clínicas de Oncologia: Esclarecimento aos usuários da UNIMED Campinas - restabelecendo a verdade dos fatos

“As clínicas de oncologia ao final assinadas, esclarecem, em respeito ao restabelecimento da verdade dos fatos, que:

  • Após mais de oito anos de relacionamento contratual, a Unimed Campinas impôs uma inviável condição comercial para renovar os contratos, a valer a partir de 01/12/2009, que, se aceita pelas clínicas, as levariam à completa insolvência financeira. Essa proposta trazia valores inferiores ao preço de custo dos tratamentos oncológicos, portanto, seria verdadeiro suicídio financeiro aceitá-la, não se tratando de mero desacordo comercial;
  • As clínicas de oncologia, responsáveis pelo atendimento de mais de 90% dos pacientes oncológicos adultos, se negaram a assinar os novos contratos, mas formalizaram inúmeras propostas de renegociação, todas rejeitadas pela Unimed, de modo que foram obrigadas a buscar o Poder Judiciário para restaurarem seu direito e de seus componentes, todos cooperados da própria Unimed;
  • A Unimed criou um serviço próprio de quimioterapia para servir de parâmetro para as clínicas de seus cooperados. Jamais comprovou essa condição, nem mesmo quando compelida a fazê-lo em juízo, razão pela qual os cooperados continuarão questionando a legalidade desse serviço pela via judicial, até porque revelou-se mero instrumento de concorrência desleal imposto aos próprios cooperados;
  • Os médicos oncologistas cooperados, que compõem as clínicas, enquanto perdurar essa lamentável situação, continuarão atendendo seus pacientes em consultas, lhes transmitindo sua opinião clínica, no entanto, a prescrição e a responsabilidade pelo procedimento quimioterápico, assim como seu acompanhamento, estarão a cargo, exclusivamente, dos médicos que os realizarem;
  • A Unimed Campinas tem sido alvo de dezenas de ações judicial e, certamente, mantida essa lamentável situação, outras tantas virão, pura e simplesmente porque seus usuários, pessoas físicas e jurídicas, continuarão a buscar, pela via judicial, o direito de livre escolha que lhes foi tolhido, ao suprimirem a possibilidade de escolha entre as renomadas clínicas oferecidas até dezembro/2009, restando-lhes, exclusivamente, um serviço próprio que não conta com o apoio sequer dos médicos oncologistas cooperados.

Campinas, 25 de maio de 2010.”

Oncocamp – Clínica de Oncologia Diagnose e Terapia

OCC – Oncologia Clínica de Campinas

IOC – Instituto de Oncologia Clínica

Oncologia e Hematologia de Campinas

Instituto do Radium de Campinas

Estudos do mês – junho de 2010

A partir deste mês, pretendo deixar aqui uma seleção de artigos altamente relevantes e que foram publicados recentemente. A princípio ficarão apenas o título em português e um link para o resumo original, em inglês.

Alguns deles serão selecionados para resenhas, ao longo do mês.

1) Retosigmoidoscopia flexível, realizada uma única vez, para rastreamento e prevenão de câncer colorretal: estudo prospectivo randomizado

2) Neurocognição em pacientes com metástases cerebrais, tratados com radiocirurgia ou com radiocirurgia associada à radioterapia de crânio total: resultados de um estudo randomizado

3) Estudo de fase III de bevacizumabe mais interferon em pacientes com câncer renal metastático: resultados finais de sobrevida global

4) Pazopanibe em pacientes com câncer renal metastático que progrediram com terapias prévias: resultados de estudo randomizado de fase III

5) Estudo randomizado comparando dose convencional e dose alta de radioterapia em pacientes com câncer de próstata localizado, em estágio inicial

6) Carboplatina e paclitaxel associados a vorinostat ou placebo em pacientes com câncer de pulmão do tipo células não-pequenas: resultados de estudo randomizado de fase III

7) Estadiamento pré-operatório em pacientes com câncer de pulmão: importância do PetCT

8) Gemcitabina sozinha ou associada à cisplatina no tratamento de pacientes com câncer de vias biliares: resultado de estudo randomizado

terça-feira, 25 de maio de 2010

Para tentar entender um pouco do problema da quimioterapia, na UNIMED Campinas

Junho de 2007 – anúncio da UNIMED Brasil

Sem aviso ou consulta prévia a qualquer cooperado, em junho de 2007 fomos surpreendidos por uma nota da UNIMED Brasil a seus associados:

“UNIMED CAMPINAS CRIA SERVIÇO PRÓPRIO DE QUIMIOTERAPIA AMBULATORIAL

As reformas do espaço de 800 m² em Campinas têm previsão de término no final do segundo semestre e terão um investimento de R$ 500 mil.

Música ao vivo e ambiente acolhedor são as promessas para o novo empreendimento. Emílio de Oliveira Issa, presidente da Unimed Campinas, diz que oferecer um atendimento humanizado é uma das prioridades do novo serviço próprio. “A comunidade perceberá que ofereceremos um local com um ambiente humanizado e tecnicamente correto”.

Fevereiro de 2009 – inaugurado o CQA

Ao contrário da previsão inicial, foram divulgados custos de aproximadamente R$ 1,8 milhões. Os custos reais foram solicitados pelos cooperados oncologistas. A diretoria da UNIMED Campinas negou a informação, com a alegação de serem dados “estratégicos”.

Foram contratados dois médicos oncologistas, não cooperados, assalariados (com salário equivalente a de diretores, segundo informação obtida verbalmente de um dos contratados) para conduzirem o serviço.

Dezembro de 2009 – anunciado o descredenciamento das clínicas de oncologia de Campinas

Nota de esclarecimento da UNIMED Campinas:

“O pedido de descredenciamento partiu das clínicas de Oncologia. A solicitação foi apresentada à Unimed Campinas no dia 01.12.2009 e, conforme previam os contratos, os atendimentos estenderam-se por mais 30 dias, sendo encerrados em 31.12.2009, sem qualquer prejuízo aos usuários da Cooperativa médica.

Para os pacientes em tratamento, o descredenciamento em nada alterará o atendimento, que prosseguirá até o seu término junto às clínicas que se descredenciaram, pois foram mantidas as cláusulas contratuais anteriores a 01.12.2009.

Já os novos casos, diagnosticados a partir de janeiro de 2010, estão sendo atendidos pelo Centro de Oncologia Ambulatorial da Unimed (CQA – serviço próprio da Unimed Campinas) e pelo Centro de Oncologia de Campinas (COC) e Centro Infantil Boldrini, que continuam como serviços credenciados da Unimed Campinas para os tratamentos quimioterápicos, mantendo-se, assim, o direito da livre escolha pelos pacientes.”

Maio de 2010 – anunciado novo “método” para avaliar se um paciente é “caso novo” e inviabilizar o tratamento nas clínicas:

1. Beneficiários que nunca tenham recebido terapia oncológica através do Sistema Unimed;

2. Beneficiários que não tenham recebido terapia oncológica parenteral, tratamento cirúrgico ou radioterapia por um período superior a um ano;

3. Beneficiários que apresentam mudança de diagnóstico, independentemente do tempo transcorrido entre o último tratamento e o novo diagnóstico.

A Unimed Campinas se propõe a realizar o pagamento dos medicamentos deste tipo de paciente através de crédito na produção médica dos cooperados – como se fosse honorário médico – do valor proposto por ela em tabela própria - equivalente a 5% menos do que o custo real. Contando com pelo menos 27,5% de prejuízo decorrente do imposto de renda retido na fonte, as clínicas teriam pelo menos 32% de prejuízo por cada tratamento efetuado.

Maio de 2010 – Instituto do Radium de Campinas é descredenciado completamente – inclusive para os casos antigos