terça-feira, 30 de março de 2010

A histeria contra as vacinas

Ainda sobre o tema das vacinas, sugiro a leitura de um texto extremamente competente elaborado pelo site Ceticismo Aberto.

Vacinação para gripe H1N1 - esclarecimentos

Pacientes com câncer em quimioterapia devem se vacinar até o dia 2 de abril, seguindo calendário oficial.

Com grande atraso, o Ministério da Saúde finalmente divulga nota oficial desmentindo os "famosos" boatos sobre a vacina contra a gripe pandêmica H1N1.

A nota também cita, superficialmente, o fato de que alguns médicos se posicionaram contra a vacina. O caso mais grave foi o  do Dr. Ney Cavalcanti, que com posições pessoais questionáveis, lamentavelmente representou a Sociedade Brasileira de Diabetes.

Segue abaixo a nota na íntegra.

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Assunto: Esclarecimentos sobre a vacina contra Influenza H1N1


Em decorrência de boatos sobre a vacina contra Influenza H1N1 que circulam na internet, a Secretaria de Vigilância em Saúde preparou o questionário abaixo para esclarecer as dúvidas sobre a vacina e a estratégia nacional de enfrentamento da pandemia. Repasse o conteúdo ou o link deste documento sempre que você receber o material falacioso.


O mercúrio presente na vacina causa autismo em crianças?
Não. A concentração de mercúrio é de 25 microgramas por dose de 0,5ml e é usada para evitar crescimento de fungos ou bactérias, no caso de a vacina ser contaminada acidentalmente na hora da punção repetida no frasco multi-dose. Esse mesmo conservante é utilizado rotineiramente em outras vacinas, como na Tetravalente indicada contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Meningite e na Tríplice Viral,vacina contra Caxumba, Rubéola e Sarampo.


O timerosal, conservante antiséptico presente na vacina, pode causar autismo em crianças com disfunção mitocondrial e em adultos com disfunção hematoencefálica.
Estudos realizados em todo o mundo demonstram que o timerosal,desde 1930, tem sido amplamente utilizado como conservante em uma série de produtos biológicos, incluindo muitas vacinas. O uso nas vacinas tem por finalidade evitar o crescimento de bactérias ou fungos (micróbios), quando esta é contaminada acidentalmente, como no caso de punção repetida no frasco multidose. A concentração do timerosal na qualidade de conservante é de 0.01%, contendo, aproximadamente, 25 microgramas de mercúrio por dose de 0,5 ml, condição que tem mostrado ser capaz de impedir o crescimento de micróbios. Vacinas com estes tipos de conservantesjá são utilizadas desde 1930. Algumas delas são: DPT, Tetravalente, Febre Amarela, Dupla Viral, Triviral, etc. Em 2004, o Instituto de Medicina dos Estados Unidos convocou um comitê de Revisão de Segurança em Imunização OIMs examinou a hipótese de que as vacinas, contendo timerosal estariam causalmente associadas ao autismo e comprovou que as provas disponíveis rejeitam a existência de nexo de causalidade entre vacinas contendo timerosal e autismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu o conservante timerosal para o uso nas vacinas, baseando-se em estudos que concluíram não existir evidências de contaminação em crianças ou adultos expostos ao timerosal, e que as vacinas que contém essa substância não aumentam a quantidade de mercúrio no organismo, pois este é expelido rapidamente, não se acumulando em função de repetidas injeções. Em face ao exposto, a CGPNI/DEVEP/SVS/MS reforça a conduta orientada por diferentes instituições de reconhecida credibilidade, as quais preconizam que, até o surgimento de novas evidências, a quantidade de timerosal contida nas vacinas não causa autismo ou qualquer outro problema para as pessoas vacinadas, não acarretando, portanto, efeitos danosos.


A vacina contém esqualeno, substância que afeta o sistema imunológico do indivíduo.
Os adjuvantes são substâncias que estimulam a resposta imunitária, permitindo reduzir a quantidade de material viral utilizado em cada dose e conferir proteção de longa duração. São produtos entre os quais se incluem certos sais de alumínio e emulsões (esqualeno e seus derivados) que são utilizados na composição de vacinas. E não causam danos ao ser humano.


A vacina contém células cancerígenas de animais que podem causar câncer em humanos.
Não. Isso é boato irresponsável.


Indústrias farmacêuticas receberam imunidade judicial quanto a ações ocasionadas por efeitos da vacina, como morte e invalidez.
Não temos essa informação. Vale registrar que o Ministério da Saúde, Agência Nac. de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os laboratórios produtores detentores do registro são responsáveis por registrar, acompanhar e avaliar os casos de eventos adversos associados à vacinação. O sistema de vigilância de eventos adversos pós-vacinal do Ministério da Saúde possibilita a identificação precoce de problemas relacionados com as vacinas distribuídos ou pós-comercialização, com o objetivo de prevenir e minimizar os danos à saúde dos usuários.


Não há comprovação de que somente uma dose da vacina seja efetiva.
Errado. Estudos comprovam que a vacina é efetiva com uma dose única. As crianças entre 6 meses e menores de 2 anos devem tomar duas meias doses da vacina contra a Influenza H1N1, sendo que a segunda meia dose da vacina é aplicada 30 dias depois da primeira meia dose, para estarem protegidas do vírus da Influenza H1N1.


A gripe pandêmica foi uma criação da indústria financeira, uma vez que surgiu em plena crise mundial. Ela foi criada só para favorecer os laboratórios farmacêuticos, que vão ganhar mais dinheiro com a fabricação e venda de remédio e vacinas.
A situação epidemiológica da gripe no mundo e no país é monitorada de forma sistemática e real. O Brasil utiliza de Sistema de Vigilância Sentinela de Influenza desde 2000. Atualmente com 62 unidades de saúde responsáveis pela coleta de amostras e organização de dados epidemiológicos agregados por semana epidemiológica (proporção de casos suspeitos de síndrome gripal (SG) em relação ao total de atendimentos - % SG). Este sistema possibilita também a identificação dos vírus respiratórios que circulam no país, das novas cepas, o que contribuiu incisivamente a identificação da situação epidemiológica da gripe sazonal e pandêmica, assim como a adequação da vacina contra influenza utilizada anualmente e neste momento da operacionalização da vacinação contra a influenza pandêmica H1N1. O monitoramento por este sistema identificou em 2009, que desde o surgimento da pandemia, aproximadamente 70% dos vírus respiratórios que causavam síndrome gripal era o vírus influenza pandêmica (H1N1) 2009. Em alguns países este percentual chegou até 100%. O simples surgimento de casos de gripe em varios países causado por um novo vírus, já caracteriza a pandemia. Recomenda-se o seguinte endereço www.saude.gov.br eletrônico para acesso aos dados epidemiológicos referente à influenza no país.


A gripe é uma paranóia difundida pela mídia e financiada pelos laboratórios.
Respondido no item anterior.


A gripe Influenza H1N1 foi criada em laboratório como o objetivo de gerar um genocídio.
Em 24 de abril de 2009, sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou aos países membros a ocorrência de casos humanos de influenza para um novo subtipo, à época denominado de A(H1N1) que vinham ocorrendo, a partir de 15 de março, no México e nos Estados Unidos da América (EUA). No dia 29 de abril de 2009, após a realização da terceira reunião do Comitê de Emergência da OMS, conforme estabelecido no RSI 2005, a Diretora Geral da OMS, Dra. Margaret Chan, elevou o nível de alerta da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) da fase 4 para fase 5. De acordo com a OMS, a fase 5 significa a ocorrência de disseminação do vírus entre humanos com infecção no nível comunitário em pelo menos dois países de uma mesma região da OMS (neste caso as Américas). Desde 11 de junho, segundo a OMS, a pandemia passou à fase 6, ou seja, já havia disseminação da infecção entre humanos, no nível comunitário, ocorrendo em diferentes regiões do mundo. Esta situação cumpria o critério para definição de pandemia estabelecida no Regulamento Sanitário Internacional. A origem deste vírus já vinha sendo detectada em casos isolados nos Estados Unidos, sem provocar epidemias até então, portanto não se trata de uma criação em laboratórios. Todos os fatos que ocorrem no Brasil e no mundo são minuciosamente acompanhados por este Ministério, que vem se preparando para o enfrentamento de uma segunda onda pandêmica desde 2009.


Anafilaxia, reação alérgica potencialmente fatal, é uma reação adversa pós-vacinação.
Anafilaxia é um evento raro que pode ocorrer com o uso de várias substâncias ingeridas ou introduzidas por via parenteral (muscular ou endovenosa) no corpo humano, incluindo alimentos, remedios, vacinas, entre outros. Se caracteriza por uma reação alérgica sistémica, severa e rápida a uma determinada substância, se apresentando com diminuição da pressão arterial, taquicardia e distúrbios gerais da circulação sanguínea, acompanhada ou não de edema de glote. Pessoas que são altamente alérgicas a gema de ovo não podem tomar vacinas que são produzidas a partir de gemas de ovos embrionários, como a vacina contra a Febre amarela, gripe comum e influenza H1N1. Os profissionais de saúde são capacitados para identificar essas pessoas altamente alérgicas no momento em que procuram um posto de vacinação.


Há evidências da síndrome de Guillain-Barré em muitas pessoas que tomaram a vacina nos outros países do mundo.
Não existe esta evidência nos países que já realizaram ou estão vacinando contra a influenza pandêmica. A síndrome de Guillain Barré é um quadro neurológico que tem etiologias diversas. Alguns países tem notificado a ocorrência de casos dessa Sindrome à OMS após a vacinação, entretanto, até o momento não foram relatados casos em que tenha sido estabelecida uma associação de causa e efeito entre o uso da vacina e a sua ocorrência.


Centenas de casos de paralisia dos nervos estão sendo associadas a essa vacina. Até médicos já disseram que não vão tomar.
Ver resposta acima.


A vacina contém traços de neomicina.
Sim, a vacina produzida pelo Laboratório Sanofi Pasteur. A neomicina é um antibiótico indicado para infecção bacteriana provocada por estafilococos ou outros microorganismos susceptíveis a este princípio ativo.


A vacina que venderam para o Brasil é vacina encalhada.
Todas vacinas adquiridas pelo Brasil foram compradas diretamente dos laboratórios produtores e por meio do Fundo Rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde - Opas/OMS. Em nenhum momento, o país comprou ou recebeu doação de outro país. As negociações de aquisição de imunobiológicos contra H1N1 foram realizadas em novembro de 2009, quando não havia ainda aumento da oferta da vacina por baixa utilização especialmente nos países da Europa e Asia.


Há evidências de má formação fetal em gestantes que tomaram a vacina.
A vacina contra o vírus influenza pandêmico (H1N1) 2009 é segura e indicada para a gestante em qualquer idade gestacional. Na vacinação realizada no hemisfério norte não houve nenhum registro de má formação fetal relacionada a vacina. Esta indicação foi ratificada pela Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia - Febrasgo. Até o momento, não há relato de ocorrência de nenhum prejuízo sequer para a mãe e/ou para o feto.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Clínicas de Oncologia de Campinas ameaçam fechar

Caso não haja um acordo com a Unimed sobre o valor dos medicamentos, 700 pacientes em tratamento de câncer deixarão de ter atendimento nos próximos três meses

As clínicas de oncologia de Campinas, Oncocamp, Oncomédica, OCC, IOC, Oncologia e Hematologia de Campinas e Instituto do Radium de Campinas, podem, em três meses, parar totalmente o atendimento aos pacientes do convênio médico da Unimed. São mais de 700 pacientes em tratamento de câncer que terão que buscar outros locais para fazer quimioterapia. “A Unimed não quer negociar e se continuar assim, terei que fechar minha clínica”, revela Juvenal Antunes de Oliveira Filho, sócio da Oncocamp.

Tudo começou quando a Unimed impôs uma tabela de valores para pagamento pelos medicamentos utilizados nos tratamentos de câncer, que são inferiores aos reais gastos das clínicas, o que impossibilita o atendimento dos pacientes.

De acordo com o advogado das clínicas, Paulo Fantoni, diante da posição da Unimed Campinas, as clínicas de oncologia, responsáveis pelo atendimento de 90% dos pacientes adultos, se negaram a assinar os novos contratos, não podendo mais realizar quimioterapia em suas dependências. O atendimento para novos pacientes está suspenso a partir de janeiro deste ano.

"Os médicos oncologistas cooperados, que trabalham nas clínicas, tentaram manter a realização dos procedimentos de quimioterapia, porém também foram proibidos de exercerem integralmente sua especialidade pela Unimed Campinas, ficando restritos ao atendimento de consultas", explica o advogado.

O que isso significa aos usuários da Unimed que necessitam de tratamento de câncer? Significa que não mais poderão ter livre escolha do oncologista da sua preferência e para quem tenham sido encaminhados. Terão que utilizar um serviço impessoal, onde serão atendidos por um médico desconhecido, para quem não foram encaminhados, perdendo seu direito adquirido quando da opção pelo plano de saúde da Unimed, o de escolher livremente o médico com quem deseja se tratar.

As clínicas estão se mobilizando e pedindo a todo aquele que necessitar de tratamento oncológico pela Unimed Campinas que faça valer os seus direitos como paciente e consumidor. “Gostaríamos que os usuários da Unimed cobrem seus direitos e também encaminhe sua queixa a Agência Nacional de Saúde, Delegacia do Conselho Regional de Medicina, ao Ministério Público e Procon, para continuar exercendo seu direito de livre-escolha”, justifica Juvenal Antunes de Oliveira Filho.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Paroxetina e fluoxetina não devem ser usadas por mulheres tomando tamoxifeno, para câncer de mama

Paroxetina e Fluoxetina são uns dos mais comuns medicamentos antidepressivos utilizados na prática corrente, tanto para tratamento de depressão quanto para diminuição das ondas de calor (hot flashes) causadas pela menopausa e pelo tamoxifeno, em mulheres com câncer de mama.
Mas estudo recentemente publicado no British Medical Journal demonstrou que esses medicamentos podem trazer um sério risco às pacientes. Demonstrou-se que tanto a paroxetina quanto a fluoxetina interferem com o metabolismo do tamoxifeno, diminuindo ou mesmo abolindo sua eficácia na prevenção da recorrência do câncer de mama. Este tipo de interação medicamentosa é comum, mas é frequentemente desprezada por médicos e pacientes.
O tamoxifeno quando utilizado após a cirurgia diminui significativamente as taxas de recidiva e recorrência do câncer de mama, em mulheres antes e depois da menopausa. Para que as mulheres em tratamento não percam esse benefício, quando há indicação formal de uso de antidepressivos, os pesquisadores sugerem a utilização do citalopram ou da venlafaxina, que não alteram o metabolismo do tamoxifeno.